quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Isaac Asimov - Guia para entender o cometa de Halley

O livro de Isaac Asimov que tem como o titulo “Guia para entender o cometa de Halley”, não se restringe apenas, como parece o titulo, a informações sobre este cometa. Não! Este livro traz informações importantes sobre a historia dos cometas, a historia da humanidade, não apenas de uma ciência. E entendo que seria um ótimo livro de informações a serem utilizadas no ensino médio.

Num pequeno discurso sobre o texto, poderemos ver ao longo de seu texto as paixões das observações, a febre das descobertas, o medo do novo, as interações que houve entre as observações cientificam e observações amadoras, os prejuízos, os avanços tecnológicos e suas conseqüências.

Asimov inicia seu texto relatando das primeiras observações feitas e como os antigos descreviam os corpos, que hoje conhecemos como cometas. (veja figura 1)

FIGURA 1

Nessa figura temos uma das muitas interpretações feitas pelos antigos, principalmente no que se referem os cometas como espadas que cortavam os céus.

A seguir há uma interpretação da origem da palavra “cometa”, apresentada no livro. “... em grego, kometes quer dizer ‘cabeludo’... Na antiguidade, uma das coisas que indicavam luto era as mulheres soltarem os cabelos e deixarem-nos cair pelas costas, sinal de que elas estavam abaladas demais para cuidar da aparência. Assim, não era difícil ver o cometa como uma mulher desesperada, de cabelos soltos ao vento. Claramente, isto só podia ser sinal de desgraça.”

Começa se falar de problemas como relatado acima, pois na antiguidade os cometas eram sinais de mal pressagio. De problemas que viriam devido aos cometas. Pois, as ciências, que hoje conhecemos como astrologia, julgava prever o futuro com base nas posições dos corpos celestes. Mas, o movimento dos cometas era totalmente diferente do aceito, e dos observados para os demais corpos. Isso é retratado nas figuras 2 e 3, que são alguns exemplos da superstição das épocas remotas.

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FIGURA 2

FIGURA 3

Dentre outras o autor ainda relata, no ano 44 a.C. prevendo a morte de Júlio César, 11 a.C. com a morte de Marco Agripa, em 837 d.C. com a morte 3 anos mais tarde do imperador Ludovico, o piedoso. Em 1456 a interpretação atribuída foi a queda de Constantinopla, em 1453.

Seguindo no seu texto, Asimov discorre sobre as trajetórias dos cometas, pois como eles passavam próximo do Sol, da Terra e depois não eram mais observados, começou-se a relatar sobre distancias infinitas. E, também, especulações sobre a trajetória em linha reta dos cometas, por volta de 1600. Nesta mesma época, um cientista muito conhecido por fazer vácuo em câmaras Otto von Guericke, relatou sobre órbitas elípticas e o possível retorno dos cometas. Foi então em 1687, que se formulou uma revolução importantíssima com os principia, de Newton. Utilizando-se das leis e conceitos formulados por Newton, Edmund Halley (figura 4) realizou as contas árduas da trajetória (Figura 5) de um cometa observado em 1682. Estabelecendo, também, uma relação com outras aparições descritas em outros anos, em outras localidades. Ele percebeu segundo suas contas, não viveria para observar a volta do cometa, em 1758, que levou seu nome.

FIGURA 4

FIGURA 5

Foi a partir daí que a sociedade entrou em êxtase para esta observação tão importante. Outros cálculos foram feitos para aprimorar a data estipulada de Halley. Então em 1758, lá estava ele com alguns dias de atraso devido a não influencia, nas contas, dos planetas Urano e Netuno, ate então não descobertos. Traçou-se, assim como Halley uma comparação da órbita estipulada com muitas outras observações realizadas em diversos paises. E muitas dessas observações tiveram alguma representação artística e ate comparativa. (figura 6 e 7).

FIGURA 6

FIGURA 7

Como os cometas faziam parte oficial do sistema solar, alguns perderam a superstição dos cometas, porém outros, devido a alguns cálculos mão elaborados e de conseqüências catastróficas, juntamente com a informação do cruzamento da órbita dos cometas com o planeta Terra de conseqüências catastróficas. O cenário mundial foi tomado por medo, visto que a qualquer momento poderia acabar a vida no mundo (figura 8).

FIGURA 8

Enquanto isso, o cenário da astronomia ganhou uma ênfase muito grande. Pois, “Todo mundo, queria descobrir um cometa e, se possível, calcular sua órbita e prever sua volta. Afinal, agora que havia bons telescópios, era possível detectar a presença de cometas fracos demais para serem vistos a olho nu.”, segue Asimov.

Posso fazer uma analogia com esta época da humanidade, com a febre do ouro, que foi deslocamento muito grande de muitas famílias e trabalhadores às terras que deixariam ricos seus trabalhadores, devido a descobertas de pepitas de ouro. Um exemplo, interessante e mostrado no livro, ao primeiro astrônomo profissional Messier é descrito na figura 8 e 9. Quando ele se queixa, da descoberta de outros a sua frente e o tempo que ele perdeu, comparecendo ao a morte de sua esposa. Na figura 9, ainda podemos ver uma charge feita para exemplificar a época das descobertas.

FIGURA 9


Em 1818, Gauss elabora um sistema matemático para calcular as órbitas dos cometas, facilitando a vida de diversos observadores dos cometas.

O livro, ainda, traz relatos dos estudos feitos sobre a composição dos cometas. E como segundo as primeiras observações os cometas ao passar perto do Sol, seguiam uma regra básica. Suas caldas eram opostas a posição do Sol. Ou seja, quando estavam indo em direção ao Sol suas caldas ficavam para trás, e no sentido oposto, suas caldas seguiam na frente dos cometas (figura 10). Fred Lawren Whipple em 1950, foi o criador de uma teoria interessante muito aceita. “Teoria da bola de neve suja”, na qual ele relata sobre substancias congeladas ao redor de um pedaço de pedra. Então, por isso ao chegar próximo do Sol, aparecia esta cauda. Porém a direção da cauda foi outro assunto, no qual uma teoria começou a ganhar papel importante, os ventos solares. Outra discussão encaminhada aos pensadores da época, foi feita pelas observações dos cometas com duas ou mais caudas. (figura 5).

FIGURA 10

Iniciou-se então, um estudo de como se dava a interação e fragmentação dos cometas quando passavam próximo ao Sol. Percebeu-se que os fragmentos dos cometas eram deixados, orbitando segundo a órbita “original” do cometa. E quando o planeta passava por entre estas órbitas, surgiam casos de chuvas de meteoritos. Porém, não foi bem simples que essa noticia era passada na sociedade. Pela sociedade cientifica, passar pela cauda ou mesmo pelos fragmentos não teriam efeitos tão catastróficos como proliferado na sociedade. Assim como hoje, muitas pessoas sempre querem sair lucrando com a situação independente dos acontecimentos. E nesta época não foi diferente segundo Asimov “...Alguns comerciantes sem escrúpulos ganharam muito dinheiro vendendo ‘pílulas cometárias’ que, segundo anunciavam, eram antídotos contra os gases tóxicos que entrariam na atmosfera quando a Terra passasse por dentro da cauda do cometa Halley.” (figura 11)

FIGURA 11


Os cometas já eram um dos maiores assuntos do ano, e desde suas aparições começou-se a questionar-se sobre a quantidade deles e de onde vem? Então segundo estudos de alguns cometas com órbitas gigantes e teorias criadas por Ernst Julius Öpik e Jan Hendrik Oort. Oort já afirmava que haveria cerca de 100 bilhões de cometas na região de aproximadamente 1 a 2 anos-luz. Tendo entre 2 a 15 quilômetros de diâmetro. E para ele, os cometas estariam distribuídos em torno do Sol formando um anel de cometas. (figura 12)

FIGURA 12

Por fim, Asimov relata do surgimento dos cometas, segundo a idéia dos anéis de cometas de Oort e como a fusão nuclear ajudou neste processo. Entre outros assuntos, também há relatos de alguns fatos históricos sobre cometas acontecidos na Terra. Tais como, a floresta em Tunguska (figura 13) e após alguns trabalhos de geólogos e suas descobertas de muito irídio em solo terrestre, a hipótese do que ele chama de “Grande Mortandade”, principalmente as dos dinossauros. (figura 14).

FIGURA 13

FIGURA 14

E nos deixa, não pelo fim, mas aqui o fiz, a imagem de um ilustrador americano que espera a volta do cometa Halley, numa sociedade avançada tecnologicamente (figura 15). Pois, quero deixar a pergunta: será que seremos capazes do observamos op cometa Halley uma vez em aproximadamente 2063? Destruiremos-nos antes? Ou outro fato? Isto o livro não explicará e nenhum outro, mas fica a nosso cargo a imaginação.

FIGURA 15


Bibliografia:
Asimov, I. - Guia para entender o cometa de Halley - São Paulo - S.P. - ed. brasiliense. 1985.

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